UM FLÊNEUR CONTEMPORÃNEO
Dayse Rezende destaca que viu Gilbert Chaudanne pela primeira vez quando tinha 17 anos. O porte e a aparência singulares do artista, revestidos com uma simplicidade quase franciscana, escondiam aos olhos do observador desatento a potência criativa que brotava de suas mãos. O artista é francês radicado no Brasil e a sua contribuição para as artes, especialmente, para a arte capixaba, é inegável. Chaudanne marcou toda uma geração de artistas, e sua obra transita entre a beleza transcendental do ícone bizantino, do expressionismo alemão e a liberdade do contemporâneo.
Imortalizado por suas madonas, Chaudanne se renova, vive um novo momento, uma nova fase no seu universo plástico e literário. O artista perambula pela cidade, atento a suas histórias, é um flâneur contemporâneo. Cada informação é importante. Aos poucos observamos emergir das ruínas do tempo uma cidade a muito esquecida. Casarios, fontes, praças, um espaço povoado por sombras e por personagens que bem poderiam ter saído da pena de Baudelaire. A obra de Chaudanne se apropria, também, de variados mitos, dentre eles os cristãos, os celtas e os indianos.
Chaudanne publicou 19 livros e possui um rico acervo de pinturas distribuídos em coleções particulares pelo Brasil e em vários outros países.
Texto: Renata Bomfim
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